"vontade é bom porque dá e passa."
vontades que dão e passeiam - dão uma volta aos teus redores e voltam a rondar os meus. e esquecem de passar.
segunda-feira, 20 de junho de 2011
segunda-feira, 13 de junho de 2011
erasmo de rotterdam disse "cavalo"
compraria e pagaria só pela dentadura por pura birra do ditado; aí eu cavalgaria uma dentadura superfaturada num invólucro de cavalo bem rápido pelo mundo no pocotó, pocotó, pocotó de um samba antigo, cantando em inglês pra que o meu cavalo de herói que agora eu era não me deixasse cantando sozinho mundo a fora.
compraria e pagaria só pela dentadura por pura birra do ditado; aí eu cavalgaria uma dentadura superfaturada num invólucro de cavalo bem rápido pelo mundo no pocotó, pocotó, pocotó de um samba antigo, cantando em inglês pra que o meu cavalo de herói que agora eu era não me deixasse cantando sozinho mundo a fora.
domingo, 12 de junho de 2011
esse lirismo desse eu intrometido, que insiste em não sair, estraga tudo. carrega palavras com sentimentos de líquidos que não são sangue, e palavras embriagadas jorram fortes levando uma parte grande demais do todo. e esse pedaço, vomitado um pouco sem querer, dá espaço ao vazio pesado no estômago - o companheiro dos arrependidos e dos envergonhados.
terça-feira, 7 de junho de 2011
ofereci a ti o meu melhor. a fração mais perfeita do mais lindo em mim. toda a boniteza ao meu redor. e tu me engoliste sem notar, no canto do prato redondo de louça barata, o pedaço duro da minha feiúra. e ela foi só o que me restou.
o bom de mim benfazendo em outro corpo enquanto o meu pior dissolvia-me em mim. meio liqüefeita, meio decomposta, mas ainda eu, me ofereço numa incansável utopia ácida de uma certeza que, como tu, me dói na língua e, diferente de ti, não me abandona.
mas, amor, é diferente. ainda te me ofereço, mas toda: bem e mal. a oferta – pegar ou largar! - é um par de mim.
…e bate o martelo.
late update: "se fores bater o martelo, bata com força, que é pra ele(a) se incomodar com o barulho que a tua alma faz" - um anônimo fazendo bonitamente sentido.
o bom de mim benfazendo em outro corpo enquanto o meu pior dissolvia-me em mim. meio liqüefeita, meio decomposta, mas ainda eu, me ofereço numa incansável utopia ácida de uma certeza que, como tu, me dói na língua e, diferente de ti, não me abandona.
mas, amor, é diferente. ainda te me ofereço, mas toda: bem e mal. a oferta – pegar ou largar! - é um par de mim.
…e bate o martelo.
late update: "se fores bater o martelo, bata com força, que é pra ele(a) se incomodar com o barulho que a tua alma faz" - um anônimo fazendo bonitamente sentido.
monocromática
tem segundos que se condensam em momentos tão...tão...
que fazem valer a tinta no papel. e eu sou a tinta no meu papel.
quando os pensamentos escalam minha língua pro lado errado e escorregam esôfago a dentro, eu sou a tinta no meu papel. quando minha boca é caixa acústica de dentes mudos e só, também.
quando a covardia sobra a esses pensamentos, eles escondem-se por entre a harpa da minha garganta no cuidado de sequer tocá-la; e aí eu sou o preto no branco.
da digestão do meu pensamento sem coragem de ser palavra espremo um negror viscoso que me expõe ao branco – do papel – dos olhos de quem queira deitá-los sobre mim. eu escorro pelos meus próprios dedos e me traduzo despudorada em rabiscos cheios de muito que eu nem sei existir em mim - na tua frente. pra ti e por nós.
tem segundos que valem a tinta no papel. tem momentos contigo e conosco que me fazem valer a pena.
e, sem perceber, dançamos entre o pensar digerido e o que foi dito naqueles segundos travestidos no nosso momento e fomos um: tinta, papel, preto e branco.
fomos um cinza sem vergonha. e lindo.
que fazem valer a tinta no papel. e eu sou a tinta no meu papel.
quando os pensamentos escalam minha língua pro lado errado e escorregam esôfago a dentro, eu sou a tinta no meu papel. quando minha boca é caixa acústica de dentes mudos e só, também.
quando a covardia sobra a esses pensamentos, eles escondem-se por entre a harpa da minha garganta no cuidado de sequer tocá-la; e aí eu sou o preto no branco.
da digestão do meu pensamento sem coragem de ser palavra espremo um negror viscoso que me expõe ao branco – do papel – dos olhos de quem queira deitá-los sobre mim. eu escorro pelos meus próprios dedos e me traduzo despudorada em rabiscos cheios de muito que eu nem sei existir em mim - na tua frente. pra ti e por nós.
tem segundos que valem a tinta no papel. tem momentos contigo e conosco que me fazem valer a pena.
e, sem perceber, dançamos entre o pensar digerido e o que foi dito naqueles segundos travestidos no nosso momento e fomos um: tinta, papel, preto e branco.
fomos um cinza sem vergonha. e lindo.
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