nana-nina-não!
sexta-feira, 4 de outubro de 2013
quinta-feira, 4 de julho de 2013
.
era difícil. tinha um amarrado na garganta denunciado pelo ar que saía tremendo, cheio de nervos, dos pulmões. as mãos se esforçavam pela lentidão enquanto a expiração insistia em pular num acelerado sem ritmo. foi bem aqui, logo depois, um pouco antes que agora, que, por preguiça ou medo de descobrir o que fazer, o meu travesseiro ficou com cheiro de guarda-roupa.
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
a minha letra sempre carrega um tanto de melancolia, e, normalmente, outro tanto de compostos químicos que eu não produzo. paciência:
é injusto ter que pegar pela mão, conduzir até onde fica o óbvio.
faz duvidar da eficácia. da necessidade. precisa, mesmo? não tá claro?
tá. mas quem não quer ver não enxerga.
o prazo de validade tem carimbo estampado - retumbante. e a teimosia, a fé, a maldita fé, grita desesperada por um suspiro de sorte onde só deveria estar aquilo que deve ser, mas não depende de mim. e não será.
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
da injustiça das definições: "amar é deixar ir"
é.
mas também é ir junto - e é ficar mais um pouco.
é ter a certeza de que volta.
é perder-se no caminho com a segurança de quem sabe o rumo de casa
- é esquecer o rumo, sentir o gelo que dá na alma a ideia de não chegar nunca mais.
é um monte de caminhos juntos, e todos eles do avesso.
é todas as estradas que só levam a ti, e que só vão pra longe de nós.
é muito, muito além de deixar que se vá
- e é muito, muito mais do que eu sei dizer.
é.
mas também é ir junto - e é ficar mais um pouco.
é ter a certeza de que volta.
é perder-se no caminho com a segurança de quem sabe o rumo de casa
- é esquecer o rumo, sentir o gelo que dá na alma a ideia de não chegar nunca mais.
é um monte de caminhos juntos, e todos eles do avesso.
é todas as estradas que só levam a ti, e que só vão pra longe de nós.
é muito, muito além de deixar que se vá
- e é muito, muito mais do que eu sei dizer.
sexta-feira, 31 de agosto de 2012
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
quando complica a ponto de ser o contrário, não deixa de existir o referencial. às vezes deixa de ser o de sempre pra ser o que nunca se imaginou, o que nunca deveria resultar - mas não deveria. o deturpador nunca será assumido e o deturpado, se de bem, nunca terá força para dissimular nenhuma mentira a travestí-la com credulidade. uma fortaleza errada contra uma fraqueza rodeada de todas as razões sempre vence. infelizmente.
domingo, 27 de novembro de 2011
não conseguia entender por que e, por isso mesmo, continuava com os dedos dele dentro da boca. paralisada, chupando os dedos de nós grossos, salgados de suor, empurrando a língua para baixo, empilhando com força as glândulas que salivavam de ansiedade. esfregava com raiva, de um lado para o outro, aquela almofada molhada e crespa. trocaram olhares diferentes: o dele tinha faíscas, o dela não tinha nada; só uma interrogação sem saber o que perguntava.
ficaram ali tempo o bastante pra que ele se satisfizesse, secando os dedos na parte de fora da coxa envolta em jeans frouxo e virando as costas para bater uma porta que não pretendia jamais abrir.
e ela não vai saber de que se tratou aquele ritual, porque ele não vai ligar pra explicar que, enquanto ela falava tudo aquilo que não condizia com nenhum gesto seu, ele pouco escutava - via apenas sair, daquela boca de mal pintada, blocos no lugar das palavras. quadrados, cubos maciços daquele monte de coisa que não precisava mais ser dita - não outra vez.
com a mão na boca dela, ele devolvia cada fardo de discurso vazio. esfregava nas papilas, que antigamente tinham gosto de baunilha, o amargor das palavras que ela articulara.
ele queria que aquele gosto entrasse na língua dela, pra que fosse o último que ela conseguisse sentir: o da própria falta de vergonha na cara.
ficaram ali tempo o bastante pra que ele se satisfizesse, secando os dedos na parte de fora da coxa envolta em jeans frouxo e virando as costas para bater uma porta que não pretendia jamais abrir.
e ela não vai saber de que se tratou aquele ritual, porque ele não vai ligar pra explicar que, enquanto ela falava tudo aquilo que não condizia com nenhum gesto seu, ele pouco escutava - via apenas sair, daquela boca de mal pintada, blocos no lugar das palavras. quadrados, cubos maciços daquele monte de coisa que não precisava mais ser dita - não outra vez.
com a mão na boca dela, ele devolvia cada fardo de discurso vazio. esfregava nas papilas, que antigamente tinham gosto de baunilha, o amargor das palavras que ela articulara.
ele queria que aquele gosto entrasse na língua dela, pra que fosse o último que ela conseguisse sentir: o da própria falta de vergonha na cara.
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