teve o da moto e os da bicicleta: cinco pessoas, quatro rodas - sem mim e sem as minhas. das pessoas importam três e pras rodas não tenho verso.
o primeiro, contra a lei de trânsito que nem sabe existir, não muito bem acomodado no mesmo banco dos pais - simpáticos cúmplices -, se esgueirava quase dançando por entre os braços do pai e os da moto. por detrás do retrovisor que lhe foi refúgio ao meu olhar, tímido, acho que conhecia o "cucuuuuiz... achooou!" da brincadeira do meu pai quando eu tinha a idade dele. perdi o sorriso que ele não me retribuiu na sinaleira aberta e na fumaça do trânsito dessa capital.
os segundos, que pra mim são irmãos, pedalavam uma bicicletinha tão pequena que me lembrou um mini-pônei. são daqueles que têm no canto da boca o atestado de uma traquinês sem-vergonha.
good morning!, o mais velho ensaiou. sawadee ka, eu respondi. good morning!, o mais novo insistiu. sawadee ka - eu não cedi. o mais novo saltou e ficou pra trás. o mais velho não resistiu ao resmungo de "volta aqui!" e fez o retorno sem dar pisca. me rodearam gargalhando e foram.
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